Viagem para Suiça

 

Como é, afinal que você imagina a Suiça? Se pensou no país de chocolates maravilhosos, queijos idem, relógios precisos, pontualidade em tudo, acertou. Só que tudo isso ainda é pouco. A Suiça sempre surpreende porque todos esses atrativos  são apenas parte do prazer de viajar por esse pequeno país incrustado nos Alpes . Por razões históricas  a Suiça acabou tendo três regiões culturalmente distintas, conservando cada qual suas peculiarides, seja em gastronomia ou na própria língua. Da área total da Suiça, que equivale mais ou menos ao tamanho do Rio de Janeiro  , a porção  alemã é a maior mais de 60% da população -  região onde ficam  Zurique, Lucerna, Berna, que também é a capital. São uns 20% os que falam francês, na região junto à fronteira coma França- onde estão Lausanne, Montreaux, Genebra -  e  pouco mais de 6% fala italiano na área em que a principal cidade é Lugano. Ah, mas ainda tem o romache, dialeto falado por uma pequena parcela dos suiços. Mas não se preocupe, se não conhecer nenhuma dessas línguas: inglês é falado por toda parte.

 

Qualidade de vida X natureza

Ser um dos países mais ricos do mundo o PIB per capita gira em torno de 44 mil dólares- a  qualidade de vida na Suiça fez Zurique e Genebra estarem no topo da lista entre as melhores do mundo. Pode começar a nutrir o pecado da inveja porque há muito mais a cobiçar. Se é bom para os suiços, melhor ainda para quem viaja por lá poder usufruir da limpeza impecável, da pontualidade exemplar e de um sistema de transporte que corta o pais com perfeição  levando o viajante aos quatro cantos, com facilidade e conforto.
Cruzar o país de trem é um programa obrigatório na Suiça. E, embora leve menos de cinco horas para ir de norte a sul, um dos passeios imperdíveis por lá é feito também em trem, mas vagarosamente. Trata-se da subida pela centenária Jungfrau Railway, realizada a pouco mais de 20 k/hora percorrendo a região de Jungfrau-Alestsch-Bietschorn ( difícil mesmo é aprender esses nomes), patrimônio da Unesco.Prepare os olhos para toda aquela beleza que vai desfilando pela janela do trem; um cartão postal atrás do outro.
São as chamadas  rotas  panorâmicas . Para onde vão? Pra toda parte: como  aquela que vai de (Zurique-) Lucerna Interlaken Zweisimmen Montreux (-Genebra) passando pelas regiões alemã e francesa, numa rota contorna seis lagos e três desfiladeiros nas montanhas em três trens diferentes, passa por Interlaken com direito a  ver Gstaad , com seus chalés chiques, antes de iniciar a descida aos vinhedos do Lago de Genebra Ou a rota  Lucerna Lago de Lucerna Flüelen São Gotardo Locarno/Lugano ou ainda  viajar  entre Martigny Châtelard Frontière Chamonix (França)passando no sopé do Mont Blanc, o pico mais alto da Europa. E outras tantas rotas onde a beleza estonteante é o lugar comum. E tudo isso pode ser feito com Swiss Pass, Swiss Youth Pass e Swiss Flexi Pass, válidos em todas as rotas de trem  e também ônibus, bondes e barcos-  e com a precisão da famosa pontualidade suiça.

Até quem não fala nenhuma outra língua pode adivinhar que Interlaken, na rota dos trens,  região, bem no centro da Suiça fica entre lagos. Trata-se de um pequeno povoado de onde se parte para vários passeios aos incríveis glaciares aos lagos de águas azul turquesa ou às majestosas montanhas de Elger,Monch e Jungfrau. Tudo isso numa região que parece embalagem de chocolate: vales salpicados por riachos, campos verdejantes, casinhas de madeira, no mais perfeito dos cenários

Turismo é mesmo uma vocação do país descoberto como rota de viagens por escritores e pintores naturalistas do fim do século 18 e do início do século 19 que, com seus trabalhos divulgaram ao mundo o que, até então era apenas uma rota de passagem, na Europa central. E se quiser ter uma vivência de como era a Suiça há 300 anos, a dica é o Ballenberg Museum, um museu a céu aberto que guarda mais de cem casas originais. São 60 hectares com construções em estilo da época que reproduzem com gente de verdade assando pão ou fazendo artesanato - a vida naquele tempo . Como chegar lá? De trem, a partir de Interlaken.

Mas essa Suiça contada em prosa e verso ,  presente na natureza preservada  em inúmeros parques (nada menos de dez itens inscritos na lista da Unesco), o país é um vibrante centro de negócios e de cultura.

 

Bancos, chocolate, charme

Zurique é a principal porta de entrada de quem chega à Suiça, vindo do Brasil. Sede de centenas de bancos, a cidade não é apenas rica é elegante, tem uma animada vida noturna, muitos restaurantes e um charme especial. A arquitetura, no seu lado antigo, lembra Paris, com seus boulevards. Passeio bastante agradável e que dá uma visão completa da cidade é feito em barcos com teto de vidro pelo rio Lemmat  (de águas limpinhas, é obvio)  que percorre sinuosamente a cidade. Outra atração são os Banhos Romanos, que, embora tenham mais de 2 mil anos foram descobertos somente nos anos 80.
Mas, imperdível mesmo em Zurique é a visita à chocolateria Sprüngli, a mais famosa da Suiça, local certo para se praticar o pecado da gula. São chocolates  em todas as formas, das trufas ao bombons, barras de chocolate , docinhos, macarrons, tudo em apresentação primorosa. Tudo isso e mais aula com um chocolatier, para saber sobre este tesouro gastronômico suiço
Mas não deixe de descobrir as belezas da cidade velha caminhando por suas ruazinhas que quase sempre terminam numa fonte  são mais de 1200 delas ! E pule de uma calçada a outra para ver todas as relojoarias : Patek Philipe, Tissot, Rolex , Omega Swatch e seus tentadores relógios. E, se o programa for cultural, a dica é o Kuntsmuseum, com obras de Picasso, Van Gogh, Monet, entre outros, além de uma invejável coleção de fotografias de  Cartier-Bresson, e  Ansel Adams

Vai dar uma esticadinha até Berna, a capital ? Então curta os mais de 6 quilômetros de arcadas debaixo das quais há muitas lojas, para a alegria dos consumidores. E não deixe de visitar a casa onde Albert Einstein vivia quando escreveu a Teoria da Relatividade em 1905 .

 

Riviera Suiça

Às margens do Lago Lehman fica Lausanne, na chamada Riviera Suiça  onde também estão Vevey, Villeneuve, Montreux e Genebra, esta última uma cidade elegante como poucas onde vale a pena passear pelo centro histórico, admirar as muralhas do antigo bairro medieval. Imperdível também o relógio de flores, situado no Jardim Inglês formado por  nada menos que 6500 flores

À  beleza local soma-se a gastronomia requintada, os vinhos de ótima qualidade ainda pouco conhecidos dos brasileiros e  os queijos . Aí está outra oportunidade para praticar a gula. Na Suiça há mais de 450 tipos de queijos, com ou sem buracos, fortes ou suaves, duros ou moles, consumidos às toneladas pela população . Com queijo também é preparado o fondue, já  bastante  apreciado pelos brasileiros, uma fusão dos tipos gruyere e ementhal com vinho, criado durante a Segunda Guerra Mundial por camponeses que moravam em regiões montanhosas e resolveram aproveitar os restos de queijo para fazer um alimento que os aquecesse e alimentasse. Mais tarde surgiram as variantes o fondue de carne e o de chocolate

 

Gastronomia

Mas não é só de queijo que vive a gastronomia suíça. Sua característica varia conforme a região, podendo ser alemã, francesa ou italiana, dependendo do lugar em que se está.De uma forma geral, a culinária suíça é sempre substanciosa, rica em manteiga e nos embutidos tipo alemão como kalbbratwurst (salsichões de vitela) até salames, presuntos e lingüiças muito semelhantes aos cotechinos italianos. Na região de fala alemã, ,as  wursts, (salsichas)são imperdíveis assim como as sobremesas: destaque para as tortas de maçã e de cereja

Outra especialidade suíça que  está se tornando popular também no Brasil é a
raclette - pedaços de queijo, grelhados na mesa, num equipamento próprio, a racleteira,  servidos com batatas, pepininhos ou mesmo frutas . Entre as carnes, cada região tem a sua especialidade como o picadinho de carne e rim de vitela, com champignons e creme , típico de Zurique, o rôti de porc, carne suína assada e servida com frutas ou brasato di manzo ,carne bovina longamente cozida em vinho tinto do Ticino (da região de fala italiana) . Peixes e caças -perdizes, cervos, lebres e outros animais selvagens -também compõe a culinária rica e calórica  .O leite de qualidade produz cremes  espessos para acompanhar frutas vermelhas, no verão e sempre haverá um pão preto para acompanhar todas as delícias.

O inverno deu fama à Suiça, especialmente por suas estações de esqui  como Davos
Gstaad ,St Moritz  e Zermatt mas o verão é extremamente alegre no país, com mesinhas para fora dos bares e música ao vivo por toda parte, nas cidades e inúmeras experiências ao ar livre. Turistas atléticos podem escolher entre 48 montanhas para escalar, nadar num lago, nas montanhas ou simplesmente pedalar pelo país que é tradicional por suas bikes.  

Quando ir? Há muita beleza e atrações durante todo o ano e a escolha depende do interesse de cada um. O verão tem temperaturas entre 18°C e 28°C, enquanto que durante os meses de inverno de janeiro e fevereiro a temperatura média varia entre -2ºC e 7°C. Entre 8°C e 15°C é a temperatura do outone e primavera, épocas em que os preços ficam mais baixos, por ser baixa estação.