Viagem para Namíbia

 

Os apaixonados por turismo ecológico têm um verdadeiro paraíso na Namíbia, Sudoeste da África. As visitas ao País estão num crescente, estimuladas também pela criação do Namíbia-Skeleton Coast National Park, que tem 11 milhões de hectares e é o maior parque natural do continente africano, além de ser o oitavo entre os maiores da Terra.

No País, cresce o número de hotéis, dos simples aos sofisticados, hospedagens rurais, chalés, campings, pensões, enfim, acomodações preparadas para receber visitantes das diferentes faixas econômicas, indício de que a Namíbia vê crescer seu apelo enquanto destino turístico.

Destino instigante pelos inusitados que oferece, a Namíbia tem como cidades principais: Swakopmund e Windhoek a capital. Caminhar ao redor da Brandberg, a montanha mais alta (2.572 metros) do País, é possível para quem visitar Damaraland.

A ligação entre Windhoek e Swakopmund, na costa; e Tsumeb, no Norte da Namíbia, fronteira com a África do Sul, se dá através da principal linha ferroviária do país, utilizando o Expresso do Deserto, rota turística das mais apreciadas (detalhes ao final).

 

O deserto e suas dunas

A Namíbia tem dois desertos Namíb e Kalahari, os quais, somados, ocupam 22% do território do país. Namib, o mais extenso, é constantemente soprado por correntes de ar frio, vindas do Atlântico (bem agitado por aquelas bandas, diferente do oceano que conhecemos). Estende-se por quase 2 mil quilômetros ao longo da costa, e é pontilhado por dunas.

Este deserto começa na localidade denominada Namibe, em Angola, e avança pela Namíbia até chegar junto ao Rio Olifants, na África do Sul.  Praticamente desabitada, a região do deserto tem como raros núcleos de moradores alguns poucos povoados, tais como: Swakopmund, Luderitz e Oranjemund. Em parques nacionais, como Etosha e Namib-Naukluft, passeios monitorados ensejam estreita proximidade com animais selvagens.

 

Mundo selvagem

O ecoturismo é a principal motivação para quem visita a Namíbia. Por isto, as acomodações mais procuradas para hospedagem são aquelas localizadas em pontos estratégicos das regiões dos parques.

País jovem (tornou-se independente em 1988), formado por inúmeras etnias, além dos seus grandes parques naturais e das inúmeras possibilidades de participar de safáris fotográficos, a Namíbia tem também uma bela região costeira, com agradável clima e boas oportunidades para a prática de esportes náuticos.

Modernidade não será encontrada nesta terra selvagem, exceto nos hotéis. Trata-se de um País tribal, com forte presença de povos nômades, que têm no colorido de suas vestes e seus adornos uma marca registrada.

Resquícios europeus de longas décadas sob domínio alemão (até 1914) estão presentes unicamente em Swakopmund, e aí a lembrança é encerrada. A ocupação das demais cidades namibianas tem conformação urbanística aleatória, sem a proposta de traduzir a identidade dos povos que originaram o País, e nem os períodos da influência alemã.

 

Namíbia-Skeleton Coast National Park

A pouco mais de um quilômetro ao norte de Swakop (como é chamada Swakopmund por seus habitantes), na região litorânea, está a Costa do Esqueleto e, em parte dela, o Namíbia-Skeleton Coast National Park, um verdadeiro cemitério de navios naufragados, porque surpreendidos por intensos nevoeiros, correntes marítimas transversais e recifes inimagináveis. O parque tem diferentes opções para hospedagem, e oferece oportunidades para safáris aéreos.

Uma vez em Swakop, com um pouco de sorte, quando as brumas do Atlântico se esvaem (para retornar em breve) é possível avistar Kaokoland a cadeia das inacessíveis montanhas do Norte da Namíbia. Nesta região, os lugares mais procurados pelo turismo internacional são o Parque Etosha e a Walvis Bay.



Etosha, o lar de leopardos, leões, elefantes, rinocerontes e búfalos

A distância entre Windhoek, a capital da Namíbia, e o Parque Nacional de Etosha é de cerca de 500 km, na direção Norte. Ai está a savana africana com suas fauna e flora, em todo o seu esplendor.

Em Etosha há três centros de hospedagem - Okaukuejo, Halali e Namutoni, compondo uma rede que reúne desde as acomodações mais básicas, como campings, até chalés com banheiro privativo e ar condicionado.

Estes centros distam 75 km entre si, para propiciar acomodações estratégicas aos viajantes, que muito têm para ver nos 22 mil km2 ocupados pelo Etosha, onde habitam os cinco grandes: leopardos, leões, elefantes, rinocerontes e búfalos, entre tantas outras espécies.

Safaris fotográficos pelo Etosha são programados para a manhã e o final de tarde. Pela manhã, é comum as girafas, impalas, gnus, zebras e enorme variedade de pássaros acompanharem os passeios. À tarde, momentos para encontrar os cinco grandes.

Além dos safáris, uma atração do Etosha é a observação, no decorrer da noite, dos bebedouros naturais dos animais. Refletores iluminam a região dos bebedouros, e os visitantes, devidamente acomodados, podem passar a noite a observar os animais saciando a sede. Na composição da fascinante paisagem do Parque Nacional de Etosha, também fazem parte grandes salinas, formando amplas áreas brancas e sem vegetação.



Parque Nacional Namib-Naukluft

Neste parque com 50 mil km2, também localizado no deserto da Namíbia, estão as dunas mais altas do País, que chegam a alcançar além de 300 metros de altura. Esculpidas pelo vento, são desenhadas com areais coloridas que vão do marrom ao vermelho, passando pelo laranja. Estas dunas multicoloridas, que propiciam fotos absolutamente incríveis, são abundantes no lugar chamado Sossusvlei.

Na parte costeira a atração é Walvis Bay, cidade portuária com resorts sofisticados, porém onde a vida selvagem é também preservada. Pelicanos e flamingos são hóspedes eternos do lugar.

Seguindo rumo Sul, a cerca de 50 quilômetros está o Sandwich Harbour, lugar onde as dunas se encontram com uma praia virgem e uma lagoa. Ali, no século XIX, esse recanto era ancoradouro para embarcações, mas hoje quem ancora em Sandwich Harbour são milhares de pássaros migratórios.

Como se não bastasse a beleza das dunas e a riqueza da fauna, Naukluft tem também  montanhas. Aparentando um oásis imenso no meio do deserto, as montanhas têm inúmeras trilhas e, encravadas nas pedras, piscinas naturais que convidam a um bom mergulho.

 

Damaras e Sans

Damaraland está no centro de Khorixas, povoado no distrito namíbio de igual nome, na região denominada Kunene. Visitar esta região é também conhecer os usos e costumes dos Damaras, primeiros habitantes da Namíbia, juntamente com os povos da etnia San.

Para além de Khorixas cerca de 90 quilômetros está Twyfelfontein (Primavera Duvidosa, no idioma Damara), uma das mais amplas galerias mundiais de gravuras rupestres, sulcadas na superfície dos arenitos. Nas mais de duas mil petroglyphes, como são conhecidas, prevalece figuras de animais e situações de caça. A maioria dos pesquisadores assume que aquelas gravuras rupestres datam de há cerca de 6 mil anos.

Cerca de cinco quilômetros após Twyfelfontein, outro impactante momento da natureza: é a Floresta Petrificada, formada por troncos de árvores que existiram há milhões de anos.

 

Desert Express

Para um passeio com muito luxo, nada melhor do que embarcar no Desert Express, o trem que faz o percurso entre Windohoek e Swakopmund. A composição tem 24 quartos suítes com ar condicionado, cada qual adequado para receber um, dois ou três passageiros. Para espairecer durante a viagem, há um elegante lounge, um bistrô bar e agradável restaurante que serve pratos típicos do País.

 

Dicas para viajar bem

Para visitar a Namíbia é necessário precaver-se contra a malária. Evitar comportamento de risco é indispensável, uma vez que a Namíbia tem uma das mais elevadas taxas mundiais de HIV.

O transporte público não oferece boas opções, o que faz recomendar o aluguel de um automóvel aos que pretendem deslocar-se pelo País. Para pequenas distâncias é possível utilizar táxis, que operam na forma de semicoletivos, mas locar automóvel é mais seguro e confortável.

O deslocamento terrestre por regiões ermas e parques não deve ser feito sem a presença de um guia, e o correto é passear em grupo, ainda que pequeno, especialmente para prevenir que, em caso de avarias no veículo, outro automóvel esteja disponível.