Localizado no Noroeste da África, o Marrocos está bem ali, onde o continente africano e o europeu quase se tocam, separados pelo estreito de Gibraltar. É banhado pelo oceano Atlântico e pelo mar Mediterrâneo, e sua porção Sul é, toda ela, ocupada pelo deserto do Saara. Os encantos, em especial de Rabat, Fez, Marrakech, Meknes e Casablanca atraem anualmente por volta de três milhões de turistas, fazendo do Marrocos o país mais visitado do Magrebe, região no extremo Oeste africano que inclui a Argélia, Tunísia, Mauritânia e a Líbia.
Visitar o Marrocos é como pinçar o passado e trazê-lo para o presente. Mesmo em construções recentes, como a Mesquita Hassan II, inaugurada no ano de 1993 em Casablanca, é possível reconhecer os vestígios culturais das ocupações francesa, espanhola e inglesa.
Rabat é a capital do País, mas antes desta cidade despertar interesse turístico, foi Casablanca que provocou interesse e ganhou o mundo a partir de 1942, com o filme de igual nome. Contudo, o premiado filme Casablanca, de 1942, não foi rodado ali, embora o clima que passou para o mundo é, ainda hoje, componente do interesse de turistas por esta cidade.
Os centros urbanos e as cercanias das principais cidades marroquinas - entre as quais Rabat, Fez, Tanger, Kenitra, Marrakech e Casablanca - têm em comum interessantes aspectos.
Uma das similaridades faz parte do patrimônio arquitetônico do País. Trata-se da caracterização das cidades imperiais (Fez, Marrakech, Meknès e Rabat) pelas cores que predominam nas edificações, e também a presença dos riads, grupamento de residências organizadas em torno de um pátio, normalmente ajardinado.
Outra similaridade é aquela que facilita a vida do turista, porque embora tendo como oficial o idioma árabe, no Marrocos as ocupações deixaram como herança o francês, o espanhol e o inglês.
A pechincha, prática presente em praticamente todos os países do Oriente Médio, atinge seu mais alto grau no Marrocos. Você, que está se preparando para visitar o País, se não sabe pechinchar, comece a exercitar, caso contrário pagará 200 dirhans (dirham marroquino, moeda oficial) por algo que o pechinchador levará para casa por 50 dirhans, ou menos (com base na cotação média de 2010, um real compra cinco dirhans).
Você está entre aqueles que apreciam trazer como lembrança o que o lugar visitado tem de mais típico? Se sim, não deve perder a chance de comprar um djellaba (ou je-law-ba - pronuncie jalaba), a túnica longa, larga e de mangas compridas que veste 90% da população marroquina.
A djellaba merece um capítulo à parte. Para os ocidentais, esta peça do vestuário remete aos anos 80 e aos antigos filmes da série Star Wars: o guarda-roupa jedi e todas aquelas capas longas foram inspirados na djellaba marroquina.
Nada mais oportuno: uma grande parte das cenas de Star Wars foi filmada nas regiões limítrofes ao sul do deserto do Saara, próximo a Quarzazate. Novamente, nada mais oportuno: Quarzazate é o paraíso das djellabas, costuradas pelos alfaiates e ornamentadas pelas mulheres da cooperativa local, cuja fama atravessa fronteiras. As artesãs também confeccionam brincos, colares e pulseiras.
Não somente o comércio é atração em Quarzazate, A experiência de ficar frente a frente, e avançar num oásis adentro pode ser vivenciada a 15 quilômetros do centro da cidade das artesãs. O oásis, amplo, abriga algumas aldeias de diferentes grupos étnicos. Com isto, um único lugar oferece oportunidade para conhecer diversificadas culinárias e manifestações culturais, como a música e a dança.
Nos mercados e lojas de roupas há também o tarbouch, turbante popular entre os marroquinos; e o kaftan, a túnica longa que tem variedades em tecidos, desenhos e coloridos de estontear as mulheres, mesmo as que não são consumistas.
Para as (ou os) consumistas, além das vestimentas e complementos marroquinos tradicionais, há um apelo bem interessante. É comum encontrar nas lojas e mercados das grandes cidades as pontas de estoque de coleções européias. Desde que se saiba pechinchar, os preços são convidativos.
Rabat, a capital do marrocos, é uma cidade litorânea, caracterizada pela cor branco de todas as suas edificações e por jardins encantadoramente floridos. Extensas praias de areia dourada emolduram a cidade, que também é privilegiada por florestas de sobreiros (espécie de carvalho que produz a cortiça). A torre Hassan, com 44 metros de altura, é um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.
A mais antiga entre as chamadas cidades imperiais do País, Rabat é entendida por muitos como o coração do Marrocos. Entre as suas atrações estão a hospitalidade dos habitantes e o sabor singular da variada culinária.
É obrigatório experimentar o kebab, iguaria preparada com molho picante; e a harira, sopa simplesmente deliciosa. Armazéns, livrarias e teatros espalham-se pela cidade, que é muito mais voltada às oções de cultura e lazer comedido, do que às noites de badalação.
Em Rabat os bancos funcionam de segundas às quintas-feiras, das 8h30min às 16h30min; e às sextas-feiras, das 8h30min às 11h15min, e das 14h25min às 16h30min. Em raras exceções, algumas instituições bancárias abrem aos sábados. Cartões de crédito internacionais são aceitos por hotéis de médio e de alto padrões, por restaurantes e agências de viagens.
Branco para Rabat, amarelo para Fèz. A cor que faz alusão ao Sol predomina nas intersecções do labirinto de pedra de Fèz, com ruas estreitas e abarrotadas de gente, palácios e de mesquitas.
Três regiões caracterizam a cidade. Os hotéis mais sofisticados estão em Nouvelle Ville, que tem forte influência francesa; Fez el-Bali (a Fèz antiga, ou cidade velha) é marcada pela forte presença do tradicionalismo islâmico; e Fez el-Jedid, a cidade nova que concentra a comunidade israelita e onde há imponentes edifícios contemporâneos.
O espaço ocupado por Fez el-Bali constitui uma das maiores cidades medievais do mundo, cercada por muralhas e pesadas portas de ferro. Nos seus souks, entre as variedades comercializadas estão os tecidos marroquinos confeccionados a partir de técnicas artesanais que utilizam rodas dágua.
Sabe aquelas extraordinárias pinturas em hena, feitas para enfeitar as mãos e os pés? Entre elas, há as pinturas para o cotidiano, para o dia de casamento ou noivado e as mais diversas ocasiões. Então, se você dispuser de tempo poderá voltar do Marrocos, mais espeficamente de Fez el-Bali, com as mãos (ou os pés, ou ambos) cobertas pelas pinturas que são feitas por especialistas nas proximidades da cidade velha, onde está localizado o souk (mercado) de hena.
Branco para Rabat, amarelo para Fèz, vermelho para Marrakech.
A experiência de passear montado num dromedário pode ser vivenciada em Palmeiral de Marrakech, região rica da cidade, onde há várias mansões e riads. A cidade oferece show de música e de dança típicos do país.
Marrakech é o endereço certo para aqueles que pretendem trazer do Marrocos os sabores proporcionados pelo paladar. Nesta cidade está o maior mercado do país, lugar certo para provar a culinária marroquina.
Nos cardápios dos restaurantes, assim como nos domésticos, predominam o cuscuz e o tahine, creme obtido a partir de sementes de gergelim, tostadas e espremidas. Outra especiaria é o tajine, prato preparado numa terrina de terracota, à base de carne vermelha ou peixe, com acompanhamento de variadas verduras. Tradicionalmente, o tajine é cozido no bajmar, grelha alimentada por carvão ou lenha.
A partir de Marrakech, os apaixonados por cinema e os curiosos para conhecer um harém de caravana devem atravessar as montanhas do Alto Atlas, até chegar ao Kzar Ait-Ben-Haddou. Este ksar, termo que pode ser traduzido como aldeia fortificada, é cenário freqüente para filmes e, na antiguidade, possuía dependências onde viviam as muitas (quatro, no mínimo) esposas dos chefes de caravanas, daí a denominação.
A travessia do Alto Atlas possibilita vislumbrar paisagens inesquecíveis. Este cadeia de montanhas, que separa o deserto do Saara dos litorais do Mar Mediterrâneo e do Oceano Atlântico, se estende por 2.400 quilômetros, em territórios do Marrocos, da Argélia, da Tunísia e mesmo Gibraltar.
Fazer o percurso entre Marrakech e Kzar Ait-Ben-Haddou significa também a oportunidade de conhecer as tendas, usos, costumes e culinária dos berberes (povo original de Marrocos antes da vinda dos árabes, no século VII), afro-asiáticos nômades dos quais fazem parte os tuaregues, que têm por tradição recepcionar os turistas oferecendo chá de menta.
Um deserto é um deserto, você pode estar pensando, mas este pensamento é por demais simplista e, depois de alguns comentários, pode mudar completamente de figura. A começar, o pensamento muda quando nos defrontamos com as montanhosas Gargantas de Dades e de Todra, e as atravessamos.
A estrada que leva deserto adentro (mas não muito) chega às tendas dos povos nômades, e são organizadas com esmero, à espera dos turistas para recepcioná-los e levá-los a passear montados em dromedários, entre dunas e aldeias, como a Erg Chebbi.
Branco para Rabat, amarelo para Fèz, vermelho para Marrakech e verde para Meknès, onde, na antiguidade, viveu um sultão que tinha duas grandes manias: de grandeza (tudo imenso e suntuoso, como o seu palácio, até hoje o maior do País) e de mulheres (mais de 500 esposas e aí pelos 800 filhos).
O sultão Moulay Ismail é o cara. Ele deixou a sua marca em inúmeros pontos de Meknès, que no século XVII foi a capital do Marrocos, não antes que o sultão mandasse destruir Fèz e Marrakesch da época, para evitar concorrência.
O Mausoléu de Moulay Ismail é uma das atrações da cidade. Visitá-lo é uma surpresa a cada aposento, diante da rica decoração, das imensas e incontáveis portas, da profusão de belíssimos tapetes e dos tetos trabalhados com requinte.
Saborear um delicioso café num recanto criado nas dependências de um jardim suspenso, repleto de oliveiras é uma recordação que você deve trazer de Meknès. Depois, pode passear pelos souks da cidade, entre eles os especializados em tapetes (e que tapetes), jóias (quantidades de perder de vista) e em instrumentos musicais (muitos deles incomuns no ocidente).
Bem próximo a Meknès (cerca de 20 minutos) está Volubilis, sítio arqueológico que era, na antiguidade, uma importante cidade romana. Ali, as escavações revelaram vestígios de uma cidade medieval. O passeio é imperdível, e tem como extensão o Museu Arqueológico de Rabat, onde fica exposta a grande maioria dos apetrechos, artefatos e peças encontrados durante as escavações.
Em Casablanca, os traços da cultura árabe estão praticamente reduzidos à parte antiga da cidade. Nos dias atuais, Casablanca não é tão esplendorosa quanto Fèz, Meknès ou Marrakech, mas nem por isso deixa de encantar. Em Ain Dib, balneário famoso e bairro residencial sofisticado, é possível curtir a praia e encontrar bons restaurantes, que servem especiarias regionais. Vale lembrar que Casablanca é a única cidade do Marrocos com vida noturna agitada.
Uma das poucas mesquitas do Marrocos aberta à visitação de não-islâmicos está em Casablanca. É a imponente Mesquita Hassan II, construída ao custo de impressionantes 800 milhões de dólares. Maior centro comercial do Marrocos, a cidade oferece uma profusão inimaginável de artigos, utilidades, vestimentas e tudo o mais que o mundo consome, porém os preços mais convidativos são praticados nas cidades imperiais, principais destinos turísticos do Marrocos