Japão
Uma viagem ao futuro  
São 25 horas de voo e quase dois dias para chegar. Parece até que não existe lugar mais longe do que o Japão. Mas a sensação de chegar na terra do Sol Nascente não é a de estar no outro lado do planeta, e sim a de chegar num século à frente do nosso tempo. Os modernos arranha-céus, os outdoors que parecem tela de cinema, os postes com alto-falantes para aviso no caso de terremotos, tudo surpreende. Sem contar o idioma, já que todas as fachadas e placas de rua estão escritas em japonês, o que só faz aumentar o estranhamento. Você mal consegue distinguir uma farmácia de uma loja de roupas. Mas é assim mesmo, meio zonzo com o fuso horário e num país totalmente diferente do nosso é que se começa a descobrir o grande barato de viajar para o Japão.
Tóquio, a capital, é uma espécie de Nova York do Oriente, com uma quantidade absurda de arranha-céus e luminosos por todos os lados. Tóquio é um museu moderno ao ar livre. A cidade tem até sua Times Square, num cruzamento cheio de telões de publicidade no bairro financeiro de Ginza, onde está o centro de compras mais sofisticado da cidade e os bares que funcionam madrugada adentro, onde turistas se juntam a executivos japoneses engravatados.
Trata-se da maior metrópole do mundo, com 30 milhões de habitantes. Do alto da Torre de Tóquio o visual permite vislumbre da cidade que, paradoxalmente, também preserva certas tradições milenares, a exemplo dos templos, feiras de rua e lojas de artesanato. O futuro e o passado se misturam em Tóquio como em nenhum outro lugar do mundo. Gueixas de quimono e jovens punks de cabelos coloridos podem ser vistos com a mesma naturalidade. Essa fusão é bem evidente no bairro de Asakusa, onde fica o mais importante complexo de templos xintoístas de Tóquio. O portal de Asakusa Kannon é um conhecido cartão-postal.
 
Quioto

Quioto já foi a capital imperial do Japão, entre 794 e 1868. É considerada berço da civilização japonesa. É aqui a terra da cerimônia do chá, do iquebana, do paisagismo tipicamente impecável e de diversas outras tradições do país. Quioto é o Japão tradicional, com ruas estreitas enfeitadas por casinhas de madeira e templos, por onde circulam senhoras de quimono usando tamanquinhos. Foi uma das poucas cidades japonesas que não foram atingidas pelos bombardeios da Segunda Guerra Mundial e, justamente por isso, seus templos históricos estão entre os mais bem preservados do país. Ao todo, são cerca de dois mil templos, a maioria budistas. Vale visitar o Kinkakuji de 1397, que se reflete sobre as plácidas águas do lago Kyoko. É a atração mais visitada da cidade.

 
Osaka
Osaka é uma das maiores cidades do Japão. Tem vida noturna bastante animada, especialmente nas ruas do centro que são tomadas de cinemas, bares, baladas e restaurantes. Mas também preserva suas tradições, como o teatro de marionetes e o Castelo de Osaka. Os turistas não perdem a visita ao Aquário Kayuakan, um dos maiores do mundo com cerca de 18 mil espécies. Não vá embora sem antes provar o takoyaki, bolinho feito de polvo que é a comida mais típica de Osaka.
  
Hiroshima  
É impossível visitar Hiroshima sem lembrar do passado. A cidade foi alvo do primeiro ataque a bomba atômica no mundo. O Parque Memorial da Paz de Hiroshima lembra o episódio e recebe turistas do mundo inteiro. O museu conta a história da cidade e de alguns sobreviventes da guerra. Há também mostra de objetos pessoais que foram resgatados dos escombros roupas, óculos e até uma lancheira de criança. Mas o grande símbolo do lugar é o Domo da Bomba Atômica, antigo edifício industrial, construído em 1915 que, inacreditavelmente, resistiu à explosão. As ruínas do prédio ganharam iluminação noturna e foram declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1996.
 
Nara
O vilarejo histórico de Nara, construído nos arredores de Quioto no século VIII, guarda grande tesouro: o Daibutsu, o Grande Buda, que fica no templo Todai-ji, em meio a um parque verde que rende relaxante passeio. O Grande Buda é tão conhecido no Japão quanto o Monte Fuji ou o Kinkakuji de Quioto. Nara constitui importante legado da riqueza cultural do Japão, verdadeiro mergulho nos tempos feudais do Japão. Para chegar até lá, há trens que saem de Quioto a cada hora, belo passeio de um dia inteiro.
 
Monte Fuji
O Monte Fuji é o maior cartão-postal do Japão. Os japoneses o chamam de Shinkansen e o consideram sagrado. Escalar a montanha é uma espécie de ritual, peregrinação pela qual todo japonês deveria passar ao menos uma vez na vida, converteu-se em tradição de séculos. Mas, para chegar ao cume de seus 3.776 metros, é preciso encarar dura subida que pode levar entre oito e doze horas, de acordo com o preparo físico do aventureiro. Mas não chega a ser nenhum absurdo, já que existem dez estações base na montanha cuja estrutura é exemplar, com restaurantes, pousadas e posto médico. No topo, há um templo pequeno para agradecer a meta alcançada. O trekking só pode ser feito entre maio e outubro, quando não há neve e a montanha não está fechada.
Não será preciso escalar a montanha, porém, para admirar o Monte Fuji. Mesmo de longe, a vista da montanha já vale a pena, com sua forma simétrica e pico nevado, tão perfeito que parece ter saído do desenho de uma criança.
Em menos de uma hora a bordo de trem bala desde Tóquio, dá para chegar no sopé do Fuji, que é rodeado de plantações de arroz e chá. Outra opção é ir de ônibus, que sai da estação de trem Shinjuku, em viagem de 2h30.
 
Gastronomia Japonesa
Para quem gosta de comida japonesa, viajar para o Japão é um prato cheio. Nada é mais típico do que o sushi e o sashimi, feitos com fatias de peixe cru. O sukiyaki é um prato quente feito de fatias de bife e verduras. O yakitori é receita que leva cubos de frango grelhados. O tempurá é peixe e com legumes fritos. Já o gohan é o arroz que se come com hashi, os famosos pauzinhos japoneses. Qualquer cidade do Japão serve essas delícias. Em Tóquio, uma dica é frequentar os ¨depatos¨, lojas de departamentos, cujos subsolos são cheios de restaurantes com preços mais razoáveis (o Japão é caro). A bebida nacional do Japão é o saquê.
 
Takayama
Takayama é uma singela cidade do interior do Japão, no caminho entre Quioto e Tóquio. É tranquila e agradável, com casas históricas do século XVII, museus e templos nas encostas das colinas. Alugar uma bike é ótima forma de conhecer a cidade. Pelas manhãs, vale caminhar pelos mercados de rua, como o de Jinya-mae, e pelas simpáticas ruas distrito de Sanmachi-suji, onde muitas casas abrigam fábricas de saquê abertas a visitação. O templo mais antigo de Takayama é o Hida Kokubun-ji, construído no século XVI. No pátio interno do templo, há pagode de três andares e árvore retorcida de ginko que, acredita-se, ter cerca de 1.200 anos.
 
Shirakawa-go
Shirakawa-go é um pequeno vilarejo nas montanhas, a 50 minutos de carro do centro de Takayama, conhecido por conta de suas casas de madeira com teto de palha com cerca de 300 anos. São as chamadas casas em estilo gasshõ-zukuri. São rústicas, simpáticas e apresentam panorama da antiga vida rural do Japão. Na maioria dessas casas há moradores que vivem normalmente e não dão bola para os muitos turistas que passam. Algumas delas, porém, foram transformadas em pousadas e oferecem a experiência para os turistas que desejam conhecer esse tipo de arquitetura. Algumas dessas casas foram transferidas para local turístico que recebeu o nome de Vila Folclórica de Gasshõ-zukuri. Lá, as casas abrigam lojas de artesanato com trabalhos em madeira, cerâmica e palha. É interessante, mas sem o astral original da autêntica Shirakawa-go.
 
Hakone
Hakone fica a 100 km de Tóquio, na região do Monte Fuji. Por conta dessa proximidade, costuma receber muitos visitantes, incluindo os próprios moradores da capital que, nos finais de semana, buscam respiro verde entre as montanhas da região e o visual das belas paisagens ao redor do lago Ashinoko, onde dá para passear de barco com a empresa Hakone Sightseeing Boats. Um bondinho leva ao topo do monte Hakone, de onde se tem as mais belas vistas do Lago Ashinoko. Em dias de céu claro, dá para ver até o Monte Fuji. Mas a região também guarda riquezas culturais, como o Castelo de Odawara e alguns museus de arte de qualidade internacional. Um deles é o Hakone Open Air Museum, parque cheio de grandes esculturas modernas e instalações ao ar livre.
 
Tsumago
 
Tsumago é um vilarejo histórico que surgiu como entreposto comercial entre as cidades de Quito e Edo, no Vale do Quiso, passagem natural entre os alpes japoneses, a cerca de 100km de Nagoya. É um dos maiores segredos do Japão. A rua principal de Tsumago é tomada por casas de madeira com cerca de 400 anos. É fechada para carros e a fiação é toda subterrânea para não descaracterizá-la. O cenário parece saído de um filme sobre samurais, o que faz todo sentido, já que muitas casas eram usadas pelos antigos guerreiros japoneses em viagens que cruzavam os Alpes, entre Nagoya e Matsumoto. Um caminho de 8 km ao longo do Rio Kiso conecta Tsumago a outra vila histórica, Magome. Quem percorre esse caminho pode ter a sensação de voltar aos tempos do antigo Império japonês feudal. Em um dia é possível conhecer as duas vilas.
 
Quem são as gueixas
Em japonês, gueixa significa artista. As gueixas são mulheres da tradição japonesa que costumavam frequentar as casas das elites, onde eram requisitadas para participar de banquetes, encontros importantes entre políticos ou em apresentações culturais. As gueixas são iniciadas muito jovens. Recebem aulas de canto, dança, música, postura, etiqueta. Para os japoneses, elas representam a força e a delicadeza feminina. O melhor lugar do Japão para assistir a uma apresentação de gueixas é Quioto, a cidade que mais preserva a cultura ancestral do Japão. Para conhecer mais sobre as gueixas, vale a pena assistir ao filme Memórias de uma Gueixa, do diretor Rob Marshall, baseado no best-seller homônimo de Arthur Golden, publicado em 1997.