O mar é de um azul que nem dá para acreditar, de tão lindo. As praias de areia super branca. O litoral exuberante com vales, penhascos, grutas, baías, enseadas, recifes, nascentes de água mineral, cachoeiras. A isso tudo se acrescente o clima, com média anual de 28º C e um brisa agradável que vem das montanhas. Está desenhado um cenário ideal para férias. Com tudo isso, a Jamaica, país pobre, com situação social complicada, apostou na solução dos resorts de luxo para incrementar seu turismo e fazer dinheiro com o patrimônio natural que lhe é pródigo. Esses resorts, de redes internacionais, estão instalados em Negril, a oeste da ilha, e em Montego Bay e Ocho Rios, ao norte. Ilhas da fantasia? Pode ser. Mas neles há lazer para todos, às margens do paraíso. E se a curiosidade imperar, basta sair portão afora e se deparar com um país exótico, a pátria do rastafarismo, um misto de movimento-religião-filosofia, popularizado por Bob Marley. Depois das férias na Jamaica você vai voltar para casa sem pressa, contagiado pelo reggae e provavelmente cheio de trancinhas no cabelo. Dont worry, be happy.
Também chamada de Mo-Bay, esta baía recebeu de Colombo, o primeiro europeu a visitá-la, o nome de golfo do bom tempo. Um bom nome para um destino de férias, não é mesmo? Na verdade, este é o principal destino de turismo do país, sua segunda maior cidade, um resort por excelência, com praias de areia muito brancas cercadas por árvores floridas e palmeiras. Com uma vantagem extra: a cidade tem aeroporto internacional a menos de 5 km da cidade, servido pelas principais linhas aéreas do mundo - o que favorece um interessante mix de turistas por lá. São ingleses visitando a ilha que um dia pertenceu à coroa britânica, além de alemães, suíços, canadenses, italianos, americanos, (todos invariavelmente com o bronzeado pimentão), sul-americanos e muitos mais.Todos em busca das muitas atrações que a Jamaica oferece.
A maioria dos resorts, seja em Montego Bay como em outras localidades, oferece hospedagem all inclusive. Dinheiro, só no check-out. Também organizam festas especiais e, muitos deles têm também área exclusiva para nudistas. Mergulho é outro ponto forte de Mo-Bay. No Montego Bay Marine Park, com seus 26 km² de recifes, espécies exóticas se aninham para a surpresa e alegria dos mergulhadores. Quer pescar marlim azul? Na Jamaica tem, e há barcos para alugar, com tripulação, só para isso. Por lá o ponto de encontro dos iatistas é o Montego Bay Yacht Club.
Mas, se você preferir atividades em terra, Montego Bay tem cinco campos de golfe de 18 buracos, com diferentes graus de dificuldade, ao longo da costa: o Cinnamon Hill Golf Club no Rose Hall Resort & Country Club; o Half Moon Golf Club; o SuperClubs Golf Club em Ironshore; o Tryall Golf Club; e o White Witch Course no Ritz-Carlton Rose Hall. E também oferece passeios a cavalo percorrendo as montanhas e praias, além de tours de jipe, trilhas de mountain bike.
Negril é outro destino popular na Jamaica, a oeste da ilha, área igualmente ideal para resorts por sua beleza natural, praia de areia branca com cerca de sete quilômetros, perfeita para nadar e mergulhar. Com seus notáveis recifes de coral, águas calmas e transparentes, Negril é um paraíso para mergulhadores e, para completar o cenário, penhascos, grutas e um antigo farol. E o que é melhor: nenhum dos hotéis pode ultrapassar a altura de uma palmeira média, garantindo que o belo panorama será usufruído por todos. Do aeroporto internacional Sangster, em Montego Bay, são 85 km até Negril . O mesmo aeroporto também serve Ocho Rios, há pouco mais de 100 quilômetros.
Na boa vida em Negril, além do dolce far niente nos resorts, quem tiver pique pode fazer trilhas a cavalo até as ruínas românticas de Whitehall Great House. Ou ir de barco para ver o booby, pássaro de pés azuis que vive em Booby Cay, onde rodaram cenas do filme 20.000 Léguas Submarinas. Aqui também tem tênis e golfe, prá quem quiser, no Negril Hills Golf Club. E, para os aventureiros, caiaque, mountain bike pela costa, vela e paraglider, aproveitando os ventos da região. Se a preferência for por fortes emoções, que tal um passeio pelos pântanos da Royal Palm Reserve para ver crocodilos e aves exóticas?
Mas a uma coisa não dá pra resistir, em Nigril: aos churrascos na praia, ao som de calypso (o ritmo, não a banda). É a Jamaica do jeito que a gente imagina a Jamaica.
A arquitetura georgiana domina esta parte da ilha, com casas maravilhosas neste estilo que também é típico de Falmouth, cidade do século 18 que fica na costa, perto de Ocho Rios. Longe dali, no sul da ilha, a capital Kingston mistura zonas ricas com bairros pobres e encarna culturalmente a Jamaica (não deixe de ver o Museu Bob Marley). Não é um destino de resorts, mas muitos cruzeiros param por lá. Navios de turismo também visitam Montego Bay, Ocho Rios e Port Antonio.
Como boa ilha caribenha, a Jamaica também tem mil e uma histórias de piratas, como a de Jack Rackham, capturado em Negril depois de consumir grandes quantidades de rum. Também dizem que o Barba Negra, outro terror das ilhas do Caribe, esteve por lá com sua barba enorme, enrolada como dreads. Teria sido ele o criador do estilo que fez sucesso com Bob Marley e seus seguidores?
Terceira maior ilha de língua inglesa, no Caribe, a Jamaica adotou o inglês como seu idioma porque foram os britânicos que ali se estabeleceram por mais tempo (depois da expulsão dos piratas e de vencerem os espanhóis, que por sua vez, dominaram os indígenas) deixando, além do idioma, outras contribuições culturais, como a mão inglesa de direção e a arquitetura georgiana, presente em várias partes da ilha.
Inglês é falado em toda a ilha e o dialeto local, o patois é usado pela maioria da população, uma língua nascida da mistura de muitas culturas. Do próprio inglês mais a língua dos índios Arawak habitantes originais da ilha, da língua dos escravos africanos, do espanhol entre outros. Confira:
A wa do yu? = O que há de errado?
A wa? = O que é isso?
Bankra = cesta de palha
Blabba mout = Pessoa que fala muito
Criss = legal, ok
Tiki-tiki = criança pequena
Bashy = ótimo
Beenie = pequeno.
Chups = beijo
Gallis = homem com muitas namoradas
Walk Good = Adeus, vá com cuidado
A nuh nutten = não é importante, não vale a pena
Caribe não existe sem muita pimenta, condimentos marcantes, frutas tropicais. E na Jamaica não é diferente. Cada um dos povos que andou por ali acabou por adicionar algo na culinária local. Frango, porco, camarão, na base de sua cozinha típica, tudo absolutamente temperado com jerk, um molho à base de várias pimentas, alho, cebola, servidos nos restaurantes populares por toda ilha. Mas não precisa se assustar: restaurantes de resorts e para turistas servem culinária internacional que não exigem extintor de incêndio. Curry também aparece com freqüência na cozinha local, que ainda não dispensa a banana (riqueza nacional, junto com o açúcar) e o rum, ingrediente importante em muitos pratos, como no bolo natalino com frutas encharcadas, certamente mais uma herança britânica.
Se a culinária esquenta qualquer um, na música não é diferente. Falecido há 20 anos, Bob Marley ainda é o nome jamaicano por excelência e o ritmo que ele celebrizou contagia qualquer um e está presente por toda parte. Jamaicanos usam qualquer pretexto para festejar. Portanto, não será nada difícil curtir do rock ao reggae se você estiver num resort, na praia, num bar. Além de festivais como os de Montego Bay, o Air Jamaica Jazz & Blues Festival, em janeiro, e o Jazz & Blues Festival Jamaica e Reggae Sumfest Festival, em julho.
O Dólar Jamaicano é a moeda oficial do país mas nem se preocupe com ele. Tudo pode ser comprado em dólar americano, na ilha. O que comprar? Do artesanato, com cestas de palha, artigos de couro, tapeçarias, batiks e esculturas de madeira e osso ao rum e molhos de pimenta e até os mais sofisticados itens, nas duty free shops: jóias, relógios de marca, cristais, perfumes, charutos e até mesmo cashemere escocês (ótimo se ao final das férias tropicais seu destino for o frio). Mas, para provar que você esteve mesmo na Jamaica, não se esqueça de levar na mala uma boina rastafári.