Viagem para Inglaterra

 

Não tem jeito. A monarquia fascina e a da Inglaterra, acima de tudo. Por isso, fique muito à vontade quando se flagrar, em Londres, fazendo mil cliques diante do  Palácio de Buckingham, posando para os soldados da Rainha (aqueles com chapéu alto de pelo de urso) que guardam as portas da residência oficial de Elizabeth II. Londres exerce um magnetismo especial porque mistura pompa e circunstância como poucos lugares no mundo. É muito mais do que a capital do país e do Reino Unido. Nobre, suntuosa, com palácios, jardins impecáveis, tudo dentro da maior tradição e ao mesmo tempo moderna, arrojada, abriga os tipos mais bizarros. Pelas ruas, no metrô (que lá é o tube tubo,literalmente), praças e jardins circulam todas as faunas. Das jovens ultra maquiadas e extravagantemente vestidas às 8 da manhã aos punks ,darks, grunges, indianas em sáris, mulheres de burca ,africanos em trajes típicos. Ah, também senhoras tipicamente britânicas, de guarda chuva em punho, porque não dá para confiar no clima londrino.  E turistas, naturalmente,  - 27 milhões deles, por ano! - de boca aberta, olhando tudo isso . Todos convivendo com naturalidade e fleuma que a cidade proporciona.

 

Três dias ou a vida toda

Uma invejável malha de metrô liga toda a cidade. Você vai para onde bem desejar. Basta o mapinha, distribuído de graça nas estações, para cruzar a cidade de lá pra cá. Já na chegada, no aeroporto, o Heathrow Express oferece viagem de 15 minutos ao centro da cidade mas existe a opção mais barata,  o metrô regular (fique de olho porque nas horas de pico custa mais caro) que leva quase uma hora. O resto é pura descoberta, no entra e sai de estações. Dá para ver o essencial de Londres em três dias. Exige fôlego de caminhada mas vale a pena. E há quem passe a vida visitando a cidade - e ainda acha algo a descobrir.

 

Os essenciais

Big Ben, praticamente anexo às Casas do Parlamento é paisagem obrigatória. Tire a câmera e capriche nas fotos. É um conjunto arquitetônico belíssimo (desenhado por Charles Barry lá pelos meados de 1800) e  também fotogênico. Outro ponto imperdível, o Palácio de Buckingham que, durante oito semanas do ano, no verão, abre as portas para visitantes que percorrem, encantados, 19 de seus salões repletos de obras de arte, incluindo a Sala do Trono e também os jardins. Se tiver tempo, acrescente ao roteiro as Royal Mews (Cavalariças Reais), a estrebaria mais luxuosa de Londres, com sua coleção de carruagens reais.
Quer sentir o clima de história, de intrigas, perseguições, morte e riqueza? Então a Torre de Londres é seu destino. Esta magnífica fortaleza iniciada nos anos 1000 por William, o Conquistador, já foi palácio, fortaleza e prisão e hoje é um dos lugares mais visitados em Londres, com magníficas exposições, inclusive das jóias da Coroa. Bem pertinho dali, a Tower Bridge, outro cartão postal. Seja do lado de cá do rio, ao norte, como no oposto, o South Bank, agora totalmente remodelado. É uma delícia caminhar ao longo do Tâmisa e ir descobrindo cafés, restaurantes, lugarzinhos pitorescos, a Tate Modern (sempre há exposições de vanguarda por lá - e é grátis) até chegar ao London Eye, a roda gigante com 32 cápsulas de vidro de onde você poderá ver Londres como faz Peter Pan, na famosa história.

 

Mais?

O Globe, reconstrução de um teatro ao ar livre projetado em 1599 por Sheakespeare, fica também no South Bank. A temporada normalmente vai de maio a outubro e às vezes também na época do Natal .

 

Museu de Cera

(Madame Tussaud): cópias incríveis das principais personalidades, rock stars, pop stars, jogadores de futebol. Aqui também , aposto, sua câmara vai disparar, clicando você ao lado da Rainha, dos Beatles e tantos mais.

 

Museu Britânico

imperdível. Múmias egípcias, preciosidades gregas e a pedra de Roseta, só para começar. E grátis. Assim como outros museus Victoria & Albert, Museu de História Natural, a National Gallery.

 

Ficção com jeito de realidade

Popular personagem londrina, Bridget Jones vira e mexe cruzava a Piccadilly Circus, ponto de agito da cidade, uma espécie de Broadway londrina. Um pouco mais adiante fica Traffalgar Square, uma praça cheia de fontes, com a estátua do Almirante Nelson, herói nacional, numa imensa coluna. Ponto de manifestações públicas, sejam políticas, ecológicas ou sei lá mais o quê,  sempre muita gente por lá e é bem legal de ver. O eterno londrino Sherlock Holmes continua morando na Baker Street, 221b numa casa onde a ficção virou realidade. Fora da ficção, londrinos e turistas correm às compras na Oxford Street, com seus muito magazines, especialmente durante as grandes liquidações do final do ano. Resistir? Por quê?
Fish & Chips
Foi-se o tempo em que em Londres a gente sobrevivia a Fish & Chips, o tradicional peixe frito com batatas igualmente fritas. A presença de tantas nacionalidades levou para lá também diferentes gastronomias. Italianos, asiáticos, indianos, há centenas de restaurantes de boa comida pela cidade. E, se marcar com antecedência, o Fifteen, de Jamie Oliver (o chef inglês que redimiu a má fama da cozinha britânica) pode ser uma escolha. Mas ainda existe a chamada English Heavy Food, com muita fritura, bacon, batatas. Por que, afinal, aqui é a Inglaterra.

 

Pounds & mais

Pergunte a um inglês se ele é europeu e ele imediatamente responderá: não, sou britânico. Pois é assim mesmo. Integrante da União Européia, a Inglaterra não adotou o Euro e se mantém fiel à velha Libra (Sterling Pound). Assim como mantém intacto o vocabulário britânico. Quer ver?
Batata frita = chips
Batata frita (de saquinho) = crisps
Elevador = lift
Calçada = pavement
caminhão = lorry
Gasolina = petrol
Cigarro =  fag
Lanterna = torch
Calças = trousers
Advogado = solicitor

 

Pelo Reino afora

Nada é muito longe na Inglaterra e, num bate-volta de um dia é possível visitar o Castelo de Windsor, outro orgulho nacional, nascido como fortaleza (também com William, o Conquistador) que acabou por se transformar num imenso palácio, usado pela monarquia especialmente em eventos reais, grandes festas, como o jubileu de ouro da rainha. Também pertinho da capital, Hampton Court onde Henrique VIII (aquele das seis esposas) viveu e onde até Shakespeare representou. E, por falar nele, Stratford Upon Avon, terra natal do mais famoso de todos os autores ingleses merece uma visita. Outras paradas recomendadas:  Oxford e pertinho dali Stonehedge, o magnífico círculo de pedras pré histórico; também vale uma visita a Cambridge, o berço das universidades e uma graça de cidade onde todo mundo anda de bicicleta. Liverpool, obrigatório para quem como tantos ama os Beattles e Manchester, berço de famosos times de futebol, tem uma das mais agitadas noites de todo o país. Mas ainda existem as pequenas cidades do sul, à beira do canal que para nós é o da Mancha e, para eles, o English Channel. E, numa esticada, valerá a pena cruzar a fronteira da Inglaterra e visitar os dois outros países que formam a Grã Bretanha: ao norte, a Escócia, dos uísques, carneiros e o monstro do Lago Ness ou, a leste o País de Gales, com muitos parques nacionais, ideais para caminhadas, um dos típicos prazeres dos ingleses. Tanto quanto o chá (com leite) a qualquer hora