Galápagos
O show da natureza  

O Equador guarda um dos destinos mais incríveis do planeta. Trata-se de um certo arquipélago de origem vulcânica, com 14 ilhas e 42 ilhotas, a mil quilômetros da costa mais próxima: as ilhas Galápagos. O lugar ficou famoso por ter ajudado o pesquisador Charles Darwin a desenvolver a célebre teoria da evolução das espécies, que se tornou um dos pilares da ciência moderna. Mas o arquipélago equatoriano é muito mais do que um simples campo de pesquisas. É um lugar único e que rende uma viagem cheia de grandes emoções.

A maioria das ilhas de Galápagos são desabitadas e quase toda a área do arquipélago é parque nacional e, por isso, tem a visitação controlada, tal como acontece em Fernando de Noronha. A paisagem é quase sempre a mesma: terreno rochoso e árido. Dito assim, nem parece grande coisa. Mas é preciso considerar que as praias têm águas azuis e cristalinas, e são tomadas por lobos-marinhos, caranguejos gigantes, tartarugas e iguanas que sabem nadar, entre outros animais endêmicos. Galápagos é uma espécie de Sea World natural. Possui uma fauna riquíssima. Com uma vantagem: no arquipélago, os animais não partem em disparada ao ver um turista. Eles nem ligam para os visitantes que podem chegar bem perto deles. Os bichos fazem até pose para as fotos, olhando fixamente para a câmera, porque sabem que não correm perigo algum. Para o visitante resta apenas dividir o espaço com os bichos.
 
Cara a cara com os bichos

O encontro com os animais é constante. E não só em terra. Em um simples mergulho com snorkel, no raso mesmo de qualquer praia, é possível ficar lado-a-lado de lobos-marinhos, pinguins (isso mesmo: pinguins!) e tartarugas. Também não é raro encontrar filhotes de tubarão nadando perto das praias. E os animais são dóceis. Não há registro de ataques a pessoas, justamente por conta do ecossistema equilibrado das ilhas. O mais legal são os filhotes de lobos-marinhos, que são brincalhões e ficar nadando em volta das pessoas.
As melhores experiências, porém, estão reservadas para quem sabe mergulhar com cilindro. Galápagos é um grande aquário natural de águas cristalinas. A costa das ilhas funciona como berçário e refúgio para tubarões, baleias e tartarugas. Nas ilhas de Gordon Rocks, por exemplo, os mergulhadores podem avistar grandes cardumes de tubarões martelo.
Mas os bichos mais famosos das ilhas são mesmo as tartarugas gigantes (terrestres), que chegam a ter o comprimento de uma pessoa e, curiosamente, só são vistas em seu habitat com muita sorte. Mesmo assim ninguém perde a chance de vê-las pois existem diversas reservas privadas na Ilha de Santa Cruz, onde as grandalhonas vivem livres, sem nada a separá-las dos turistas.

 
Explorando as ilhas
Há muitas trilhas em diversas ilhas e muitas delas levam a pequenas montanhas, formadas há milhares de anos pelo resfriamento de lava vulcânica, que servem como mirantes, de onde se têm vistas espetaculares. Diante de um desses mirantes não é difícil imaginar-se em um lugar pré-histórico, uma espécie de Parque dos Dinossauros.
Por conta dessa riqueza natural, a preservação é palavra de ordem. As trilhas pelo solo seco das ilhas são sempre demarcadas para evitar qualquer interferência no meio ambiente. A sensação é a de estar num lugar que se manteve praticamente intocado desde as expedições de Charles Darwin no século 19.
  
Como chegar  
Para chegar em Galápagos são duas horas de voo desde Quito ou Guayaquil, nos aviões da Tame, Avianca ou Latam. Ou seja, Galápagos não é o fim do mundo, está bem mais perto do que muita gente imagina. Mesmo assim, Galápagos ainda soa como um destino exótico e distante, uma viagem que nem todo mundo pensa em fazer. A não ser que a pessoa já conheça meio mundo e esteja em busca de coisas novas e diferentes, o que é um grande erro já que ninguém precisa ir primeiro a Paris para só depois conhecer Galápagos. Quer uma dica: vá para lá agora!
 
 
Hotel ou Cruzeiro
Há duas maneiras de conhecer o arquipélago. A mais econômica é ficar hospedado em Puerto Ayora, o maior vilarejo do arquipélago, com cerca de 30 mil moradores, na Ilha de Santa Cruz. Lá estão a maioria dos hotéis e pousadas, de diversas categorias. De Puerto Ayora saem passeios de barco, de meio-dia ou dia inteiro, para outras ilhas próximas. É uma forma interessante de visitar Galápagos, já que permite curtir um pouco o astral gostoso do vilarejo, que tem muitos barzinhos e restaurantes, sempre cheios de viajantes de todas as partes do mundo.
Outra opção são os cruzeiros, de 3 a 14 noites, que percorrerem o arquipélago e permitem explorar mais ilhas em uma única viagem. Os navios são menores do que os transatlânticos convencionais. A área de lazer, normalmente, limita-se a uma pequena piscina no deque e um bar interno. Nada de cassinos, teatros e salão de festas, até porque a grande atração desses cruzeiros não está dentro do barco, mas do lado de fora, nas ilhas. O principal entretenimento a bordo são as charlas (palestras) sobre a vida marinha, a formação geológica das ilhas e outros temas relativos ao ecossistema local. O mais importante é que todos oferecem cabines confortáveis, boa gastronomia, sistema all inclusive e uma organizada operação de passeios, com dois desembarques diários. Ou seja, dá para explorar duas ilhas num único dia, o que seria impossível nos passeios bate e volta desde Puerto Ayora. O inconveniente é o preço salgado dos cruzeiros: nas embarcações uma viagem de 5 dias, em sistema all inclusive, sai a partir de US$ 3.200 por pessoa. Mas qualquer valor que se pague para ir a Galápagos, o arquipélago retribui com belezas e emoções que nenhum outro lugar do mundo é capaz de oferecer.
 
 
Quito o complemento perfeito
Qualquer viagem a Galápagos passa necessariamente por Quito ou Guayaquil, as duas principais cidades do Equador, e que podem ser mais uma boa surpresa do roteiro. Especialmente Quito, que é uma das cidades históricas mais belas do continente. O centro histórico tem vários quarteirões de ruas com calçamento de pedras, repletos de casarões antigos, igrejas e largos impecavelmente limpos e bem iluminados. As igrejas barrocas, aliás, são tão impressionantes quanto as de Ouro Preto. Sem contar a chance de provar a gastronomia equatoriana, que é tão rica quanto a peruana. Já que os países são vizinhos e herdaram a mesma cultura dos antigos incas. Assim como no Peru, os ceviches são bastante apreciados, assim como as batatas e milhos, que lá existem em centenas de variedades diferentes. Para quem imagina que o Equador como um país pobre e sem graça da América do Sul, vai ter uma surpresa enorme ao chegar lá.