Mesmo aqueles que ainda não visitaram a França, na sua grande maioria têm alguma intimidade com o país, atentos ao que diz respeito àquela terra instigante, sofisticada e repleta de encantamentos.
Paris, a incrivelmente charmosa capital do país, é entendida como duas cidades uma que é, fundamentalmente, arquitetura e patrimônio, e a outra, moda e design. É dito que, enquanto a arquitetura muda a paisagem, o design responde pela produção de irrestíveis objetos, ano a ano mais tentadores.
Quanto à moda, ao respirar e pulsar sob a influência dela, Paris é a passarela e a casa das marcas Chanel, Yves Saint Laurent, Hermes, Christian Lacroix e outras mais. Nos desfiles, boutiques e lojas de departamento Paris desfila sua elegância para o mundo, e se mantém, há décadas, entre os destinos mais visitados do planeta.
Quando for a Paris, não deixe que seus famosos pontos turísticos como o Arco do Triunfo e a Terra Eifel tomem todo o seu tempo. Aproveite ao máximo o que a cidade tem a oferecer, por exemplo, as novas galerias e fundações voltadas à arte contemporânea, inauguradas em 2011. Também, o Grand Palais, o Palais de Tokyo e o Centquatre Centre seguem oferecendo formidáveis retrospectivas e exposições imperdíveis.
Perto de 400 salas de cinema, uma cinemateca e inúmeros festivais fazem a alegria dos cinéfilos, enquanto os amantes da fotografia amadora podem mergulhar nas exposições da Maison Europeia e do Jeu de Paume.
Uma dica: Em Paris, inclua na programação fazer uma refeição no Ô Restaurant (acesso em 47 Quai Michelet Levallois-Perret, telefone 01 41 34 3286), que é flutuante. O restaurante navega sobre as águas do Rio Sena, e além da esmerada gastronomia proporciona momentos românticos. Sendo apreciador de carne vermelha, a sugestão é o confit de vitela; preferindo peixe, saiba que o salmão marinado é espetacular.
Partindo de Paris rumo ao Norte estão as regiões de Nord Pas-de-Calais e Picardie, repletas de pequenas e bonitas cidades. Entre elas está Lille (em flamengo, Rijsel), que tem forte influência flamenga, construções seculares e museus com acervos que guardam obras de Rubens, Goya e Delacraux.
Cidade natal de De Gaulle, Lille tem um centro dinâmico, com lojas, restaurantes e também museus. Duas grandes atrações turísticas na cidade são o edifício onde antigamente funcionava a Antiga Bolsa de Valores, (Vielle Bourse), e próximo a ele o Museu de Belas Artes. Partindo de Lille, a próxima parada pode ser na pequenina e encantadora localidade de St-Omer.
A cerca de 40 km ao Noroeste de St-Omer está Calais, de onde parte o Eurotunel que vai até a Inglaterra. Calais, que já foi famosa pela produção industrial de rendas, tem como principal marco uma escultura em bronze o Monument des Bourgeois de Calais, obra de Auguste Rodín. O monumento ocupa lugar de honra no Parc St-Pierre, junto à Place Du Soldat-Inconnu (Praça do Soldado Desconhecido).
Após Calais, percorrendo uma estrada que se estende por escarpados precipícios e praias, chega-se a Boulogne, onde uma das visitas obrigatórias é à Colonne de la Grande Armée, uma coluna de mármore com altura de 48 metros que teve a construção iniciada em 1804 - para comemorar os planos de Napoleão de invadir a Inglaterra, e concluída somente 30 anos depois. Do alto da coluna é esplendida a vista da região.
Duas partes formam a cidade de Boulogne. Ville Haute (a parte alta) é a porção histórica, situada sobre uma colina onde se encontra a Basílica de Notre-Dame. Ruas com calçamento de pedra e muralhas com grandes torres, construídas no éculo XVIII rodeiam a Basílica, e também permitem vistas maravilhosas da cidade e do seu entorno.
A chamada parte baixa de Boulogne abriga os arredores do porto, onde edifícios de interesse são: a prefeitura, na Place Bouillon - datada do século XVIII; e o Hotel Desandrounis, lugar onde Napoleão se hospedava.
Pouco além, seguindo pela Costa, o viajante encontrará Le Touquet, lugar de veraneio que no século XX era conhecido como a Praia de Paris. Suas construções seguem o elegante estilo vitoriano. Em Le Touquet há ampla oferta de lazer e diversão, incluindo cassino, campos de golf, hipódromo e praias.
Após Le Touquet e já no Interior está Cambrai, que vive da indústria têxtil. Tem como atrativos ruas de paralelepípedos e casas, datadas dos séculos XVII e XVIII; e a Catedral Saint-Géry, de estilo nórdico, à qual a combinação do mármore vermelho e preto confere um ar barroco. O edifício guarda o túmulo de François Fénelon (pseudônimo de François de Salignac de La Mote, teólogo católico, poeta e escritor francês).
Seguindo no rumo Norte, a viagem leva a Amiens e a Arras, esta uma cidade industrial que conserva um centro histórico de grande interesse, com arquitetura que lembra os tempos medievais. O Museu de Belas Artes local tem em seu acervo uma rica coleção de porcelana e quadros, com várias obras importantes do século XX.
Amiens, cidade onde nasceu Julho Verne, tem a maior catedral de toda a França, e jardins flutuantes pelos quais é possível passear de barco. Outras vilas atrativas ao Norte da França são a São Quintín, com sua torre em tons pastel e fachadas no estilo art déco; e Provins, com a sua fortaleza, as ruas e os palacetes medievais.
Meaux, cidade murada que é o berço do protestantismo francês, tem o Palácio Episcopal, o Jardim e o Museu Bossuet e também o Mercado do Marne. Em Senlis, rodeada de muros romanos e ruas de pedras, tem destaque a Catedral de Saint-Denis, em estilo contemporâneo; e Saint-Germain-en-Laye, um atrativo castelo e museu.
Foram os celtas os primeiros povoadores da região Leste da França. A magia das lendas e tradições desse povo místico envolve a paisagem regional e remete aos primórdios da ocupação.
Esta é a região do champagne, vinho francês que simboliza refinamento e êxito. Champagne-Ardenne é o berço do Dom Pérignon.
Construída em pedra e madeira, Troyes é uma cidade medieval onde habitavam os cavaleiros guerreiros que nunca ficavam em suas casas por muito tempo. Envergaram as armaduras e partiam para as intermináveis lutas que marcaram a época medieval.
O curioso é que a tão antiga Troyes, com seus ambientes que instigam a fantasia a nos fazer presentes em épocas medievais, é a sede de um dos mais importantes Museus de Arte Moderna da Europa o Bonneterie. Este museu conta a história e a evolução da indústria do tecido e, na cidade, soma com outros dois, também importantes: o Museu da Ferramenta e o Museu do Pensamento Operário, que mostra as histórias das diversas agremiações operárias francesas, ao longo dos séculos.
Reims é a cidade das melhores castas para a produção do maravilhoso champagne francês. Sua Catedral, em estilo gótico, foi o cenário da coroação de vários reis franceses. Pontos de interesse em Reims são também a Basílica de Saint Remi, o Museu da Cidade e as Catedrais de Chalons e Langres.
Outras dicas: muralhas, mansões e castelos medievais fortificados podem ser visitados em Ardenas, enquanto Monthermé é um dos pontos de partida para uma excursão de pesca. Em Charleville-Mézières é a oportunidade para ver de perto a arquitetura estilo Luiz XIII e, na Praça Ducal, a estátua (obra de Hervé Tonglet) do poeta Arthur Rimbaud. Ainda, a região tem a arquitetura medieval de Chalons-sur-Marne e seus pontos turísticos, como a Catedral de St-Étienne, do século XIII; e a Igreja de Notre-Dame des Vaux.
A Leste está também Bourgogne, igualmente medieval, encravada entre os bosques e as montanhas. Ali, os mosteiros e as abadias permanecem quase que totalmente intactos. Por sua vez, o Parque Nacional de Morvan é uma região borgonhesa que ocupa 90 mil hectares com os bosques, rios, as lindas e impressionantes cachoeiras e os lagos onde há natação e pesca no verão, e patinação no gelo, no inverno.
As atrações na região borgonhesa incluem a Abadia de Fontenay, onde os monges beneditinos aprimoraram a arte românica. Em uma pedra da Abadia está talhada a regra da Ordem de Císter. Também, vale visitar a Basílica Sainte Madelaine, construída em estilo românico entre os séculos XII e XIII. As obras da região borgonhesa são as mais antigas e conservadas da França.
Bensançon é a capital do Franche-Comté - onde se estendem as Montanhas do Jura e é o berço de Víctor Hugo, dos Irmãos Lumière (inventores do cinematógrafo) e a terra dos relógios. As casas (uma em frente à outra) onde viveram estas importantes figuras da humanidade podem ser visitadas na mais antiga alameda de Besançon a Grand-Rue.
A Grand-Rue leva também até a Cidadela, e atravessa trechos onde há mansões majestosas dos séculos XVI ao XVIII. Entre elas, tem destaque o Palais Granvelle e, bem próximo, a Pont Battant (ponte romana construída na antiguidade, para ligar Battant e Besançon).
A formação rochosa onde se encontra a Cidadela é platô com mirantes, lugares para passear e vista para as Docas Vauban, em Bateau Mouch. Sob o platô está o Horloge Astronómique, do século XX. Para anotar: o Museu de Belas Artes de Besançon guarda coleção de tapetes, cerâmicas e pinturas de Bonnard, Couvert e Renoir, e mantém uma seção dedicada aos relógios de parede e de pulseira, de todas as épocas.
A 26 quilômetros de Besançon, no povoado de Ornans, pode ser visitada a casa de Goustave Couvert, pintor do realismo francês. A pitoresca vila tem um museu com obras de Couvert.
No Centro-Oeste da França, os Alpes e suas altas e nevadas montanhas são os maiores atrativos, para turistas e também os franceses. Os pequenos povoados dispersos nas bases das montanhas são pontos de apoio para os visitantes, recebidos com atenção e empenho.
Durante a temporada de esqui (entre o Natal e a Semana Santa), lugares como Chamonix, Grenoble e Albertville ficam repletos de visitantes, que além de aproveitarem as encostas para esquiar lotam os bares e cafeterias, em alegres algazarras.
Planície, vinhedos do Beajoulais, Maciço Central, Velay, Vivarais, Montes Lionnais, Pântanos dos Dombes e os Alpes, tudo isso está no Vale du Rhone.
Habitada desde a época da ocupação romana, a região compreendida pelo Vale du Rhone é reduto de cidades como Lyon, Vienne e Vivarais. Na atualidade, os grandes atrativos desta região são as suas montanhas nevadas, ideais para a prática de esqui.
Um dos mais populares centros internacionais de esqui é Chamonix. Próximo a ele, em Mont Blanc, está a zona de esqui mais alta da Europa e nela, o Pico de Aiguille Du Midi, que exerce enorme atração sobre os praticantes da modalidade slalom de esqui na neve.
Vanoise, uma reserva natural encravada nos Alpes, tem rampas de
menor altura do que em Chamonix, dando a oportunidade de aprendizado para os iniciantes do esporte do gelo.
Em Vanoise há várias estações de esqui e chalés para hospedagem de diversas categorias e para diferentes estilos de hóspedes. Estilo moderno, para os amantes de fortes emoções, é encontrado no Tarentaise, enquanto Val d'Isère e Tignes são estações mais modestas, com residências de pedra.
Arcs, Méribel, Plagne, Ménuries e Val Torens são grandes estações, mais turísticas e com maior oferta hoteleira. Courchevel é a porção exclusiva e luxuosa do Vanoise. Ainda, no Vale du Rhone, que bem pode ser chamado de encantado, quem partir de Couchevel para Beaufortin estará indo direto ao berço de um dos melhores e mais famosos queijos franceses o Beaufort.
Durante o Verão, o cenário dá a vez para as múltiplas estações termais que se espalham pelo Vale du Rhone. Evian, Thonon les Bains ou Aix le Bains são algumas das localidades que atraem franceses e turistas de várias partes do mundo, para uma relaxante temporada usufruindo o ambiente tranquilo de uma estação termal.
Ao pé dos Alpes, a única cidade é Grenoble, dinâmica e moderna, repleta de altos edifícios. Quem chegar a Grenoble que é vizinho do Instituto de Pesquisa Nuclear da França e quiser visitar o Forte da Bastilha, no ponto mais alto da cidade, fará o percurso por teleférico e, uma vez no forte, terá estupenda vista da cidade.
Na parte baixa de Grenoble está localizada a Igreja de Saint Laurent, um dos monumentos cristãos mais antigos do país, e que tem como a maior atração a cripta sustentada por pilares de mármore. Nesta cidade, o Museu de Pintura e Escultura possui um ótimo acervo de quadros franceses e espanhóis do século XVII, e obras de Gauguin, Matisse, Modigliani e Picasso.
Perto de Grenoble, as pequenas vilas de Chambéry, Annecy e Auverna são encantadoras, com seus palácios, casinhas de pedra e madeira, com ares de magia que povoa ruas estreitas que abrigam também restaurantes charmosos.
Cosmopolita, Lyon é a segunda cidade mais importante da França, atravessada pelo Rio Ródano. Tão antiga como Paris, Lyon ainda possui resquícios da presença romana, como o Anfiteatro de Fourvière.
Como herança do Renascimento, Lyon conserva a Praça Bellecour, onde há uma estátua de Luis XIV, em bronze, e ao redor os pitorescos redutos (chamados povos) Saint Georges, Saint Paul e Saint Jean.
Na parte histórica, o Viex Lyon é um labirinto de antigas ruas estreitas, onde há intenso comércio, pequenos museus e a Catedral de Notre-Dame de Fourvière, construída em estilo bizantino.
Variada gastronomia é típico de Lyon, cujos atrativos incluem o Museu de Marionetes e o de Belas Artes, segundo maior da França. Lá está também o
Museu Histórico dos Tecidos, onde podem ser apreciados tapetes orientais, medievais, renascentistas e hispano-moriscos.
É hábito na França fazer três refeições por dia. O café da manhã é entre 7 e 9 horas, constituído por chá, chocolate ou café, acompanhado por croissants ou pão, manteiga e geléia. O horário do almoço é entre as 12 e as 14 horas, incluindo uma entrada, o prato principal e sobremesa, arrematados por um café. O jantar acontece por volta das 20 horas.
Na França é proibido fumar em todo e qualquer lugar público, o que inclui ruas e praças, ambientes de museus e hall das salas de cinema. Os restaurantes têm áreas para não-fumantes e fumantes.
No caso de alguém ser pego dirigindo embriagado, ou com uma taxa de álcool igual ou superior a 0,5 grama por litro de sangue, irá para a cadeia. Sem exceção, todos os policiais franceses têm equipamento para verificar o teor alcoólico dos motoristas.
A lei das bebidas vale também para os pedestres, que são proibidos de circular pelas ruas aparentando estado de embriaguês. Vender, facilitar ou permitir bebida para pessoa menor de 16 anos também é proibido, e a pena, igualmente aos casos anteriores, pode ser a cadeia.
Na França há rígido controle sobre entorpecentes. Levar para o país, consumir ou portar qualquer tipo de droga, mesmo as consideradas leves é estritamente proibido, combatido e penalizado.
Em Paris e demais cidades francesas, o turista encontrará desde os pequenos até os mais renomados restaurantes. Neles, a garrafa de água (de torneira) e o pão não são cobrados. O serviço vem sempre incluído na conta, ficando a gorjeta a critério de cada qual.
A maioria dos restaurantes funciona das 12 às 14 horas para o almoço, e das 19 às 23 horas, para o jantar, mas há os que permanecem abertos até mais tarde, caso, por exemplo, de estabelecimentos próximos às estações de trem. Lanchonetes, fast foods e cervejarias funcionam durante todo o dia.