Bonnie Scotland , Bela Escócia é como os próprios escoceses se referem ao seu país para cantar sua beleza em prosa, verso e muita música. Paisagens bucólicas onde os campos são intensamente verdes, muitos lagos (que por lá chamam loch) castelos, carneirinhos, cenas dignas de cartão postal, enfim. A isso tudo soma-se um povo expansivo, descontraído, musical, orgulhoso de ser escocês e que não gosta de ser confundido com os ingleses, só pelo fato de ocuparem a mesma ilha, sob a dinastia da mesma rainha. Mesmo porque a incorporação do país ao Reino Unido aconteceu somente no século 17, mas a sede de independência (o filme Coração Valente mostra bem este sentimento) ainda está presente até na estampa das notas de Libra, a moeda comum à Grã Bretanha, diferente daquelas que circulam na Inglaterra.
A capital da Escócia, consegue ser, ao mesmo tempo, bonita, histórica, assustadora, moderna, agitada. A primeira impressão que se tem, ao chegar nesta cidade cinza- amarronzada e avistar o Castelo, que domina a paisagem no alto de um penhasco rochoso, é de que por ali tudo é assombrado. Bem verdade que existem muitas histórias tenebrosas vividas por lá e que podem ser recordadas nos tours assustadores oferecidos aos turistas. O castelo, por exemplo, cheio de segredos e intrigas, é imperdível, e pode ser visitado todos os meses do ano. Esta fortaleza do século 11 domina toda a cidade e, no verão é um dos cenários favoritos para casamentos, com noivo e padrinhos vestindo kilt, o típico traje masculino escocês. Outra experiência que vale a pena é percorrer a Real Mary Kings Close, um conjunto de ruas de 1600 hoje subterrâneas - cheias de lendas sobre fantasmas e crimes, histórias contadas por atores vestidos a caráter, que acompanham os turistas.
Mas, surpreendente que é, Edimburgo é igualmente uma cidade super animada. Mas prepare as pernas para subir e descer ladeiras íngremes porque valerá a pena. Nas suas vielas você vai topar com restaurantes ou eateries super interessantes, lojinhas e, naturalmente, muitos pubs como o Dirty Dicks, numa das travessas da Royal Mile, que durante muito tempo pertenceu ao irmão do Sean Connery (às vezes o próprio ficava atrás do balcão) e aonde os turistas continuam indo na esperança de encontrar o ator. Também fica em Edimburgo o Elephant House, um café que ganhou fama internacional porque foi ali que J. K. Rowling escreveu o primeiro livro da série Harry Potter. Já se quiser visitar o local onde foi ambientado Hogwarts, a escola do bruxo, terá que ir ao castelo de Alnwick em, Northumberland, que fica Inglaterra, mas bem próximo da fronteira escocesa.
Contrastando com a cidade histórica está a animada Edimburgo de muitas casas noturnas com música para todos os gostos, dos grupos de amigos que fazem a romaria dos pubs, o pub crowl, e dos muitos festivais que bombam pela cidade. Especialmente no verão, quando os dias são longos e a cidade mostra uma luminosidade especial. Todos os anos, em agosto, durante cinco semanas, são até nove diferentes festivais, alguns dos mais badalados do mundo, mostrando o melhor em jazz&blues, dança, comédia, música, livro, cinema e teatro.
Outra atração da cidade que vale a pena é a Câmara Obscura, onde é possível viver uma incrível experiência com ilusão de ótica e espelhos.
A Edimburgo que é que é patrimônio cultural da Unesco contrasta com a cidade nova georgiana e aquela parte de arquitetura moderna, de ruas amplas, ótima também para compras - sejam nas boutiques modernosas do West End, ou aquelas de design, em New Town ou ainda as lojas da Princess Street. Mas as grandes marcas também estão por lá assim como opções vintage.
O melhor tempo para visitar a Escócia é a primavera e verão, em razão do clima, já que no inverno as temperaturas baixam a dois dígitos negativos e o vento corta como uma faca. Aliás, o vento também açoita nas outras estações do ano em razão da latitude, da movimentação do ar no mar do norte ou de outra razão atmosférica qualquer. Também não se espante se, de repente, não conseguir entender o que os escoceses falam, ainda que seu inglês seja bem razoável. O inglês praticado por lá tem um sotaque carregado, bem diferente do que se ouve na Inglaterra. Relaxe. Não entendeu? Pergunte novamente. Os escoceses são bem humorados e não vão se importar.
Apenas uma hora de trem separa Edimburgo de Glasgow, a maior cidade escocesa, jovem, com muitas universidades e um dos melhores destinos, no Reino Unido, para compras - Abriga o segundo maior shopping centre da Grã Bretanha com lojas de todas as marcas, boutiques, antiquários. No centro da cidade, que é bem movimentada, existem três calçadões, também região boa para compras, para um café, para ver e acontecer. Glasgow também tem uma vibrante vida noturna, muitos restaurantes, pubs, of course. Mas, se arte é a preferência, há treze museus e galerias na cidade e nada menos do que 70 parques e jardins, para quem quiser se deliciar com a natureza.
Outra atração da cidade é a Lighthouse, centro dedicado à arquitetura e design gráfico, industrial, de interior, de jóias e até digital. Um local arrojado que faz jus à fama criativa da Escócia, país famoso também pela imensa quantidade de inventores que produziu Graham Bell, do telefone, Alex Fleming, da penicilina e John Baird, da televisão, entre centenas.
No extremo norte da Escócia fica uma região montanhosa e muito verde, as Highlands ou Terras Altas, bordeadas também por mais de 700 ilhas. Com baixa população e paisagens fantásticas, é nessa região que fica Inverness, porta de acesso ao Loch Ness, talvez o lago mais famoso de todo o Reino Unido graças à lenda de que ali vive, escondido, um monstro pré-histórico, amorosamente apelidado de Nessie. Se este réptil pré-histórico existe ou não, pouco importa. A viagem até o Loch Ness vale a pena. As paisagens são belíssimas e, na beira deste lago escuro (32 km de extensão e 213 m de profundidade) e silencioso está a ruína de um castelo que torna o cenário ainda mais encantador e misterioso. Aliás, castelos é o que não faltam na Escócia. São 26 castelos e palácios alguns deles entre os mais impressionantes da Europa como o próprio de Edimburgo, o de Balmoral, residência de verão da rainha ou o de Sterling, local conhecido também por memoráveis batalhas.
É também nas Highlands que fica a maior parte das destilarias de uísque, o legítimo Scotch, bebida e orgulho nacional. Imperioso visitar uma destilaria ao menos e ver o processo de produção da água da vida, usando a turfa do solo escocês como combustível dos fornos de secagem, uma das razões da peculiaridade da bebida. As 125 principais destilarias permitem visitas e proporcionam também festivais de uísque e música, todos os anos.
Mais coisa espera pelo turista na Escócia: milenares círculos de pedras, ruínas em cenários idílicos e vilarejos como Skara Brac, pré histórico, mais antigo até do que as pirâmides do Egito. Para não falar do Muro de Adriano, construído pelo imperador romano na região fronteiriça entre Inglaterra e Escócia para evitar a invasão das terras romanas pelos bárbaros do norte, como eram chamados os primeiros escoceses.
O prato tradicional da Escócia, servido especialmente em ocasiões festivas é o Haggis, bucho de carneiro recheado com miúdos, ligados com farinha de aveia, temperado com especiarias. Mas não pense que isto é só o que encontrará nos restaurantes. Na Escócia a culinária usa muita carne de carneiro e também salmão de alta qualidade, abundante na região. Lagosta, caranguejos, mariscos, ostras e peixes em geral também são muito populares por lá. Fish & Chips é prato de todo dia, como em todo o Reino Unido, e ainda merecem destaque os queijos escoceses, e os morangos e outras berries nativas com as quais são feitas tradicionais geléias servidas sobre bolachas amanteigadas, acompanhadas de chá. Mas, na culinária de todo dia, a iguaria mais famosa é o porridge, o prosaico mingau de aveia que, dizem, foi inventado por lá. Um prato altamente recomendável para o café da manhã, especialmente em dias frios. Quer provar algo excêntrico e popular? Então deguste uma barra de chocolate (Mars bar) frita e acompanhada de Irn Bru, o refrigerante local, favoritos da moçada.
Gaitas de fole (bagpipes), cujo som é a quintessência da Escócia, tocado em locais turísticos e também em eventos musicaisGaélico escocês, o idioma original do paísKilt, a roupa típica escocesa usada até hoje em ocasiões formais, casamentos e eventos esportivosTartan, o xadrez escocês utilizado mundialmente no vestuário St. Andrew, padroeiro nacional e santo da Escócia desde o ano 1000
E o Scotch, naturalmente