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Caminhos do São Francisco


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Nos últimos quilômetros de sua longa trajetória, o Rio São Francisco exibe suas maiores belezas naturais. Suas águas verdes invadem cânions, contornam cidades históricas e banham um mundo de dunas no encontro do rio com o Atlântico. Esses cenários do Velho Chico, o mais brasileiro dos rios, ficaram conhecido como Caminhos do São Francisco. O ponto de partida é Piaçabuçu, na fronteira de Alagoas e Sergipe, de onde partem barcos e bugues que levam os visitantes a um passeio pelas dunas e manguezais que emolduram a foz do São Francisco. Rumo ao interior, a 30 km de Piaçabuçu, surge a cidade histórica de Penedo, fundada em 1560, com ruas calçadas de pedras, casarões históricos e igrejas coloniais. A igreja de Santa Maria dos Anjos, de 1784, tem lindos altares barrocos folheados a ouro. Nos restaurantes à beira do rio é possível apreciar o pôr do sol e provar especialidades gastronômicas regionais como a pituzada, uma moqueca de frutos do mar. Já a 150 km da foz, o Rio São Francisco atravessa o sertão alagoano, uma terra árida, dominada pelos cactos de xique-xique, facheiros e macambiras. Em meio dessa região de caatinga, o Velho Chico se mostra mais caudaloso, por conta do imenso lago de água verde-esmeralda da Usina Hidrelétrica do Xingó. A criação da represa em 1996 alterou o curso do rio e inundou um conjunto de cânions de arenito com paredões de até 90 metros de altura. São os famosos Cânions do Xingó, que se transformaram no principal destino turístico do interior de Alagoas. Conhecer os cânions implica em navegar em catamarãs ou caminhar por trilhas que contornam os paredões e levam a incríveis mirantes. A base para conhecer essa região é a cidade de Piranhas, que ficou conhecida no Brasil em 1938, quando Lampião e seu bando de cangaceiros foi cercado e morto pela polícia nas proximidades da cidade. O passeio para a Grota do Angico permite conhecer a história do fenômeno social do cangaço no interior do Nordeste.